“É pelas mãos de Diadorim que Riobaldo passa do estado físico para o estético e deste para o Moral. Mas é uma relação marcada pela ambiguidade, contradição, angústia de estar se envolvendo com um homem. Essa tensão que se estabelece entre ambos, por conta de uma paixão impossível na jagunçagem, torna esse amor uma neblina. Diadorim é a personagem que consegue lidar com o feminino e o masculino, sem que um sufoque o outro”

Adair de Aguiar Neitzel 

Doutora em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. É professora titular da Universidade do Vale do Itajaí, onde orienta pesquisas no Mestrado e Doutorado em Educação, e líder do Grupo de Pesquisa Cultura, Escola e Educação Criadora. É autora de Mulheres Rosianas (Florianópolis: UFSC Univali, 2004).

             Pois bem, o motivo de escrever essas crônicas é, talvez, tentar, com a minha melhor versão, falar um pouco de um assunto que, por curiosidade, comecei a questionar — a participação feminina nos esportes, principalmente, esportes de endurance! Sou grande amigo de algumas mulheres que mandam muito bem nesses esportes de muita resistência e, pessoalmente, acho que elas sempre se saem melhores que os homens!

Há muito, várias pessoas me pedem para escrever — acho legal demais e, saibam, que fico todo todo por dentro. Mas essas coisas vêm na hora certa, então, queria falar para vocês que, na hora certa, ele chega. É um sonho antigo, mas quero fazer com carinho. E ainda acho que faltam alguns capítulos de vida para aprender! Comecei tarde!

             Via de regra, sempre achei, ao final dos eventos, sob uma série de aspectos, que as mulheres estavam melhores que homens, mais bem humoradas, mais firmes, menos machucadas, mais bonitas, enfim, no geral, sempre achei que eram melhores.

             De repente, me vi mergulhado em uma busca de ter mulheres na Caminhos de Rosa. Acredito que, com mais mulheres, o evento ficaria melhor, mais alegre, com uma energia melhor e com histórias que valeriam milhões.

Aprendi muito com os erros, perguntas erradas, ora mal feitas, discussões calorosas. Custei a entender que a complexidade e individualidade de um problema social se reside, unido principalmente pela individualidade de cada caso. Essa individualidade, repetida repetidas vezes, é que o torna tão grande.

             Percebi então que a melhor forma de entender o problema, seria na individualidade, que sendo repetido repetidamente vezes, poderia, um dia, mudar!

             Acontece, que para não se perder no tempo, precisamos registrar e compartilhar, porque assim, vamos contando no decorrer do tempo, as nossas mudanças, sejam nas nossas atitudes, na nossa forma de falar, ver e retornar ao mundo, o que achamos que devemos! Percebi que mudamos constantemente — mudamos conceitos, modos de agir. Estamos em constante mudança e, para que possamos entender isso, no decorrer do tempo, precisamos deixar registrado.

             Inclusive, a mudança pela qual o este escritor passa, constantemente. Acredito que escrevendo posso registrar a minha mudança de percepção no decorrer do tempo. Sem que eu perceba… mudei!

             Por isso, a ideia de deixar registrado neste blog as conversas que temos e, através delas, de pessoas que tem mudado o mundo ao seu redor — e de quebra alcançando seus objetivos — ensinando esse “quase” Tiozão da Fanta a ser uma pessoa melhor!

             Não se apeguem aos erros, mas nos ajude a ser melhores!

  “O segredo é leveza, o objetivo é agregar, não pular etapas!”

Luciana Aragão

             A Lu pedala, corre, faz treinos de força e segue uma alimentação balanceada indicada pela nutricionista que a acompanha. Suplementação somente o recomendado, podendo, evita! Ela também deixa claro a importância do acompanhamento médico. Nas redes sociais, ela sempre deixa claro a importância do treinador de corrida na sua história!

             A Luciana, durante nossa conversa, deixou bem claro que não é sobre medo, mas precisamos construir nossa confiança — é devagar, mas precisa seguir! E que, para isso, ela acredita muito no apoio das pessoas, com grupos de corrida, especialistas! Para ela, ter pessoas de confiança é fundamental.

             De todos que ela cita, ela ressalta a importância de uma boa amiga, do respeito entre elas e da admiração que se constrói em função desse respeito.

             Ela ainda ressaltou dizendo que a insegurança há em qualquer lugar! Outra frase que me chamou a atenção e reafirma a importância disso tudo, é quando ela coloca que a segurança é uma percepção pessoal, e da importância do planejamento para chegar ao final — na hora falávamos sobre corrida.

             Uma colocação dela também é: o próprio ato de sair de casa, de estar em movimento, é um ato de contínua insegurança. No entanto, ela se sente segura, mesmo estando sozinha.

             Ela prefere treinar perto de casa, acompanhada, ou em locais que considera seguro! Adora correr à noite, pelas trilhas! Não sente medo, pelo contrário, se sente muito confiante em correr a noite. Ela escolheu a manhã para treinar e fez disso um hábito!

             Para ela, o mais importante é sempre escolher o que gosta — este é o primeiro passo para ter uma boa saúde física e mental.

             Bem no final, ela cita como tem a rotina bem estabelecida — rotineiramente faz tudo certinho e, no dia que não consegue treinar, ou se sente desmotivada, o descanso é visto por ela como um dia de respeito ao corpo e a cabeça. Essa “falta” naquele dia é um pedido do corpo e, por isso, se sente muito tranquila, dado que isso acontece raramente.

             Ao final, ela deixa alguns conselhos:

·        Não esperar dos eventos, não criar expectativas! É impossível acreditar que não faltará nada da organização para você, mas é possível ver o que é muito importante para você e em cima disso, criar a sua estratégia;

·        Você deve construir a confiança em você;

·        Vá sempre acompanhado;

·        Ultramaratonista é amigável;

É difícil falar da Lu, conheço ela há longos anos e sempre me surpreende! Tenho muito carinho pela sua construção ao longo dos anos! Já corremos muito juntos, bastante.

Confesso que foi a primeira mulher que conversei. Ela me transmitiu tanta segurança no que faz — e isso é perceptível pela fala, sempre serena, calma, rindo — Isso é fantástico. Todo mundo tem motivos de sobra para reclamar, mas poucos têm coragem para sorrir e nos mostrar sua melhor versão.

Outra coisa que me chama a atenção, e que renova essa questão da segurança, é o fato dela gostar de correr a noite, algo pouco usual entre atletas. A maioria tem medo e, ao final da live, percebi o quanto a segurança da Lú impacta em vários pontos da sua rotina, inclusive, correr à noite!

Fica muito claro que ela é bem seletiva nas pessoas que a cerca, e sempre deixa bem claro a importância que eles têm na sua história — fica apenas quem agrega! Mesmo porque, a confiança que ela fala, é um filtro bastante seletivo.

Acredito e compartilho muito do que ela disse, principalmente no que se refere ao autocuidado! Come bem, faz atividade física, sai com os amigos, viaja, parece ser bastante cuidadosa com ela mesma. Apesar de contar com várias pessoas a apoiando, tive a clara sensação que ela é dona de si e não delega a ninguém os cuidados com ela. Como ela diz,  ela tem apoio, mas a responsabilidade da sua felicidade é dela e de mais ninguém, e ela sabe disso!

Acredito que a felicidade é fruto desse autocuidado com a sua rotina, da leveza de entender as etapas da vida, entender os ciclos e como lidar com eles. Essas etapas, bem feitas, agregam!

Acho que comecei bem. Nunca tinha parado para ver a Lu com esse olhar. Passei a admirá-la ainda mais, e fico aqui na torcida para que ela possa seguir sua vida com felicidade, ela merece!